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quinta-feira, 22 de março de 2012

Praxe

Para todos os que se interessam pelo assunto, leiam o texto completo da Tátia Mano aqui.
"(...) O que os praxantes, no fundo, tentam retratar é o mundo cão que está para lá dos limites da nossa tão estimada academia. E, acautele-se, senhor Reitor, porque dias piores virão e, não falo de praxes. Falo-lhe do estado da economia mundial. Isto está negro. Tão negro quanto as capas que trajam os seus alunos. Esses alunos, digo, animais, que pagam propinas a cada ano que passa.  
Temos que ser duros, senhor Reitor! Temos que ser duros… Diga-me, sinceramente, quem vai preparar estes jovens para os tempos que se avizinham? Os professores? Os pais, que teimam em levantar as suas vozes contra esses animais que praxam os seus filhos? Afinal, quem vai preparar os jovens para não caírem em estado depressivo de cada vez que lhe forem fechadas portas? Quem os prepara para a falta de auto-estima, de que vão sofrer, quando se aperceberem que um novo tipo de escravidão está por aí a instalar-se? Diga-me, senhor Reitor! Diga-me! (...)
Senhor Reitor, a praxe serve para que os pais aprendam que os seus filhos já têm idade para levar pancada da vida, sem que eles tenham que sair em sua defesa. A praxe serve para que os caloiros sejam capazes de se desenvencilhar das mais diversas situações. A praxe serve para criar ratos. E, digo ratos no sentido de esperteza. Sabe, senhor Reitor, por mais que a escola nos ensine – e, ensina, com toda a certeza –, nada nos prepara melhor do que a escola da vida. E, veja lá que, a essa, nem sequer é preciso pagar propinas. (...)"

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